segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Vestes e Assepsia

Pois bem: diz o conceito de higiene, ou seja, o “conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza, com o objectivo de conservar e fortificar a saúde” que são necessários hábitos e condutas que nos auxiliem a prevenir doenças e a manter a saúde e o nosso bem-estar, inclusive o colectivo. É devido à palavra colectivo que me expresso, dado uma pessoa ser, por vezes, obrigada a conviver com um grau de imundície indesejável.

Talvez a maioria das pessoas não repare, mas penso que até o mais desatento dos indivíduos consegue notar, ao sétimo dia (sim, sétimo, é o recorde presenciado até à data, mas acredito que será batido) que a indumentária de determinados indivíduos não se alterou. Não, meus caros, não me refiro a uniformes nem batas. Refiro-me a tirar uma roupita do armário e em vez de estar a escolher a roupa do dia ou do dia seguinte, estar a escolher a roupa………da semana!

Não sei se será problema do meio em que me encontro (talvez seja tradição nas redondezas, não é uma grande cidade) ou se será um problema de defesa do planeta, nomeadamente a poupança de água, levada ao extremo, apenas aversão à limpeza, ou consequência duma infância passada a ler os almanaques do Cascão, mas, a não ser que a pessoa seja um sem-abrigo, detentor de nada mais do que essas duas peças de roupa, aos meus olhos, não há desculpa possível. Os mais optimistas podem sempre tentar convencer-se de que o sujeito em questão lava a roupinha todas as noites e que apesar de usar a mesma, esta vem lavadinha, macia e com cheirinho a fruta. Eu, como ser mais pessimista (entendendo eu por pessimista, mais realista) não ponho essa hipótese, sendo essa rapidamente descartada aquando da aproximação dos indivíduos em análise. O aroma até terá algo a ver com fruta, mas podre. O olfacto não deixa dúvidas e levanta outra questão. Ok, chegámos à conclusão que os trapos estão imundos…mas…e o que se esconde dentro dos trapos? Uma pessoa que não se importa (e parece ter gosto em) ostentar a mesma indumentária sete dias seguidos não deve ter grande preocupação em retirar as camadas de sujidade que se acumulam ao longo do dia na epiderme.

Envergar o mesmo tecido dias a fio, já seria suficientemente mau, mesmo que a pessoa mal se mexesse. Agora, imaginem, adicionar exercício físico, trabalhos pesados e temperaturas de 30ºC à equação.

Facto ou ficção?

Facto.

Continuo a perguntar-me se será problema do meio, da educação ou quiçá, alguma mutação genética em alguns indivíduos. Já deixei de tentar compreender a teoria de grande parte da população feminina de que só se lava o cabelo de dois em dois dias (quando não é uma vez por semana), que não se toma banho quando se tem o período (e não se pode bater natas e claras nesta altura porque senão estas não crescem, esta é a minha preferida). Estando nós no séc XXI, em que as crendices populares deveriam ser nada mais do que uma comédia de outros tempos, penso que a resposta será mutação genética.

Acontecimentos e crendices deste género levam-nos a magicar planos de acção, como por exemplo , tentar (de uma forma muito subtil) entornar algo seboso no cabelo de determinadas pessoas, algo com uma cor bem viva numa peça de roupa, criar uma nódoa de tamanho considerável ou até mesmo, em caso de desespero extremo, recorrer à impiedosa lixívia, ditando assim a morte da maldita peça. Infelizmente, a moral prevalence e impede este tipo de abordagem.

Resta-me apenas manter o máximo de distância possível destes antros de sujidade e dar graças à mãe Natureza e à mãe biológica, por não se terem esquecido de me implementar o gene e o conceito correcto de higiene.

Com cheirinho a fruta, me despeço.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Encómios & Menoscabos

Há alguns anos, alguém me disse inúmeras vezes que eu não devia apontar o que outras pessoas faziam de errado porque assim estaria a melhorá-las e com isso, estaria a tornar as pessoas especiais menos especiais. Tem uma certa lógica, mas dado o que tenho observado ao longo da minha existência, sinceramente, acho que não se corre esse risco, DE TODO.

Há uma coisa que os ditos sujeitos “menos especiais” (querendo com isto dizer comuns) fazem, que me irrita de sobremaneira e é difícil passar um dia sem ter que apreciar algo deste género. Refiro-me a elogios.

Passo a explicar: segundo o dicionário, elogio é o enaltecimento de uma qualidade ou virtude de algo ou de alguém. Muito bem. Enaltecimento de qualidades parece-me muitíssimo bem, acho que é algo que qualquer criatura apreciaria. A minha dúvida é a seguinte: é necessário o elogio ser verdadeiro bem como ser algo mais restrito ou basta ser um elogio? É uma pergunta bastante persistente, segundo o meu (limitado) ponto de vista.

Um meio de pesquisa muito interessante para este tema é o popular “Facebook”. Ora bem, quem der alguma atenção a este tipo de coisa, há-de reparar, certamente, na quantidade de vezes que aparecem, por dia, elogios ao próximo, quer sejam de fotos ou frases. Elogios dirigidos a um sujeito específico.

Tomemos como exemplo uma personagem fictícia chamada Joana. Joana tem 100 amigos. Com alguma pachorra de pesquisa, notamos que os 100 amigos de Joana não são clones, nem sequer aparentados. 100 indivíduos com fisionomias completamente diferentes e (com muita esperança) personalidades muito variadas. Pois bem: Joana comenta fotos e escreve dedicatórias a mais de metade dos seus amigos facebookianos. Joana diz a João que é lindo de morrer. Uns cliques depois, lêmos que Joana disse a André que é lindo de morrer. Podia continuar mas só iam variar os próximos 50 nomes (ou nem isso). Hummm….ok. Eu sei que não sou exemplo porque ainda estou para descobrir alguém com um gosto mais restritivo do que o meu mas, se o meu é restritivo demais, então achar 50 ou 100 pessoas que nada têm em comum fisicamente LINDAS DE MORRER é não ter gosto sequer (deve ser uma vida bastante mais fácil, diga-se de passagem). Não há a mínima diferenciação, tudo é lindo, logo, não há gosto, já que gosto implica escolha, padrões. Agora, vocês dizem-me: toda a gente tem algo de belo, etc, etc. Não concordo, mas não vou entrar por aí. Uns até podem ter uns olhos belíssimos, outros um cabelo fenomenal, uns lábios esculpidos e por aí adiante, tudo bem. Agora, dizer que alguém é lindo, no meu dicionário, vai um pouco mais além, mas como sempre, isso sou Eu (a esquisita). Se quiserem pegar na parte interior, pode ser analisada, mas os comentários a que me refiro não se referem a belíssimas personalidades. Sim, a beleza interior consegue fazer muito pela exterior mas meus caros, sejamos realistas, nem essa faz milagres. É possível amar o feio, este tornar-se mais menos feio por isso, mas há que ser honesto e admitir os factos (não sou insensível, sou realista).

Entregas de prémios e entrevistas, por exemplo. É rara a entrevista em que não comecem por elogiar a beleza bem como a indumentárias dos exemplares femininos, sejam eles quem forem. Já vi elogios a pessoas que já nem feições têm devido às plásticas e a roupas que nem recebendo dinheiro para tal, alguém vestiria! É absolutamente ridículo, um espectáculo de acéfalos e hipócritas, ou pior, dos dois num só. Elogios fazem parte da educação, é educado elogiar alguém sim, é, agora, o problema é o elogio que se faz!! Não se vai dizer a uma pessoa que sofreu queimaduras severas na cabeça e perdeu 90% do couro cabeludo que o seu cabelo está lindíssimo esta noite!! Deixa de ser educação e passa a ofensa. Sim, a maioria das pessoas pode ficar feliz na mesma, já que a maior parte não consegue distinguir elogios, ou tem uma auto-estima tão pobre que nada mais interessa, mas qualquer pessoa com alguma auto-estima e provida de cérebro consegue aperceber-se se é um elogio, se é uma ofensa (mal) disfarçada ou se é uma frase que já é automática. Para mim, é absolutamente irritante e deprimente assistir a este tipo de coisas. Há que ser realista e se não houver nada bom a dizer, mais vale ficar calado ou dirigir o tema para outros caminhos.

Uma das coisas que (pelo menos para mim) faz toda a diferença é “quem” profere o elogio. Ainda no outro dia fiz um elogio a uma amiga minha. A reacção não foi “Ah, obrigada” mas sim uma cara de espanto e “Bem, isso é que é um elogio, vindo de ti tem muito valor”. Porquê? Porque sabia que se eu o estava a dizer era porque realmente achava o que tinha dito. Quando se diz a alguém (por exemplo) que é lindo não interessa se essa pessoa é linda ou não, segundo os padrões mais comuns, mas sim se nós a achamos linda ou não, segundo os nossos padrões específicos e isso sim, é que tem realmente valor. O ponto chave é a honestidade. O maior problema é que o leque de pessoas de quem se pode acreditar realmente num elogio, é muitíssimo reduzido, uma vez que a maioria dos seres usam os mesmos elogios para centenas de pessoas, perdendo o elogio, todo o seu valor. Se alguém nos disser que somos lindas, que somos umas pessoas fantásticas, ficamos felicíssimas, quem não gosta? O efeito não dura, uma vez que quase invariavelmente, o mesmo elogio é dirigido a mais umas dezenas de pessoas e assim, deixamos de ser especiais e passamos a ser apenas parte de um grupo tão imenso como a estupidez e hipocrisia de quem proferiu o elogio. Geralmente, nesse grupo há sempre alguém que achamos horrível, o que ainda consegue tornar a situação mais deprimente.

Um exemplo que uso muito é o de quando alguém está inseguro relativamente a uma peça de roupa ou vem bastante feliz exibi-la e nos pede a opinião. A frase cliché é independente da verdade, quase toda a gente diz que fica muito bem ou que está linda (como todas as outras pessoas que conhece). Haverá quem esteja e quem mereça o elogio e haverá quem ache realmente que a pessoa está linda. Lá porque não se achou a roupa bonita, que ficasse bem, ou que fosse a escolha mais acertada, não devemos magoar a pessoa (tacto é das coisas mais raras e por isso das que mais admiro), o que eu acho é que se temos essa preocupação com a pessoa também a devemos ter quanto a enganá-la e mentir, é enganar. Se a opinião é menos boa, há maneiras de o dizer e há sempre forma de puxar a conversa para algum pormenor ou forma de dissipar a o assunto. Para quem não tem dom suficiente para tal, sinceramente, acho melhor dizer que, realmente acha que a roupa não fica tão bem, do que dizer que fica e a pessoa fazer a figura que muitas pessoas fazem por essas calçadas fora, convencidíssimas que estão um estouro (porque alguém muito querido lhes disse que o estavam). Também há quem diga que a pessoa está perfeita, exactamente com o intuito de que a pessoa apareça no seu pior, mas isso, já é outro tema.

Elogios podem ainda ser um meio rápido e eficaz para se atingir um determinado fim mas assim voltamos sempre a falar em acefalia (característica sempre presente) e torna-se repetitivo.

Talvez seja eu, que seja desconfiada, esquisita e dura demais, quiçá. Sou a favor da liberdade e cada um sabe de si, portanto, quem quiser construir uma auto-estima baseada em ficção, esteja à vontade, apenas perdoem a minha falta de contribuição.

“A compliment is usually accompanied with a bow, as if to beg pardon for paying it.” ~A.W. Hare & J.C. Hare

terça-feira, 29 de junho de 2010

União de futuros Ex-cônjuges aka Casamento

“Blessed is he that expects nothing, for he shall never be disappointed.” Benjamin Franklin, 1739

Hoje não é certamente o melhor dia para escrever, não estou lá muito coerente mas é hoje que me apetece, portanto, aqui fica. Como sempre, aviso-vos que quando falo sobre determinado assunto, não é para ser entendido como uma regra, mas sim como a maioria. Só faço generalizações a 99%, nada pode ser a 100%, há sempre excepções, sendo geralmente essas, as que fazem o mundo ainda valer a pena, como por exemplo os meus pais, que farão 39 anos de casados para o mês que vem e que são o meu melhor exemplo.

Desde tenra idade que nos enchem o imaginário com contos de fadas, príncipes encantados e o famoso “viveram felizes para sempre”. Passamos anos e anos a formar uma ideia de vida perfeita, de um futuro imaculado, em que todas as peças se encaixam. Qual é a brincadeira mais comum com Barbies? Encontrar o príncipe encantado (perfeito em todos os sentidos e temos vários modelos para escolher), o dia do casamento e os rebentos, para completar o quadro perfeito. Neste ponto refiro-me a crianças do sexo feminino (maioritariamente). Os rapazes nestas idades são bastante mais inteligentes, preferem brincar com carrinhos, lutar e jogar futebol, o que é bastante mais útil (e realístico) para o seu futuro.
Os anos passam e as raparigas deixam então as Barbies de lado e tentam começar a jornada da busca do príncipe encantado. Os rapazes mantêm os mesmos hábitos de criança (são criaturas quase imutáveis), acrescentando apenas o interesse por mulheres (geralmente), ou por sexo, para sermos mais exactos. No entanto, as prioridades mantêm-se. Talvez por não existir o conceito de princesa encantada e por não terem o mesmo número de anos dispendidos a pensar no assunto, os homens são muito menos exigentes que as mulheres , neste ponto. O essencial são os atributos físicos, o resto é bónus. As mulheres (quase doutoradas no assunto aos 18), têm uma lista infinita de características necessárias antes dos atributos físicos (sim, a parte monetária entra na lista, podendo vir antes ou depois dos atributos físicos, dependendo do sujeito em questão).
Como se costuma dizer “enquanto não encontras a mulher certa, diverte-te com as erradas”. E é vê-los a mudar de parceira como nós mudamos de roupa. É o dito garanhão, muito aclamado, muito requisitado. Tal como já tinha comentado, parece que quanto maior o currículo de um homem melhor o mesmo, óptimo partido. Por sua vez, uma mulher tem de funcionar ao contrário, quanto mais curto o rol de homens no currículo, melhor. Hei-de perecer a tentar entender isto mas a explicação mais interessante que já ouvi até hoje é a seguinte: uma chave mestra é uma coisa excelente de se ter, abre todas as portas; agora, uma porta que pode ser aberta por qualquer chave ninguém quer, não é uma boa porta. Tem lógica e acho que é das melhoras definições para o sexo masculino, tanto que vou adoptá-la: chaves mestra. Pois bem, chaves mestra é o que não falta por aí (tal como portas com fechaduras muitíssimo simples, algumas até nem necessitam de chave) mas voltemos à noção de príncipe encantado. Cada porta é construída com uma determinada fechadura, fechadura essa que é construída com um chave e é essa a chave que se procura e não uma chave mestra, que pode abrir qualquer porta (isto digo eu, é claro).
Lá chega (ou chegava) uma altura em que a porta acha que encontrou a chave correspondente e a chave (provavelmente por insistência da porta) lá pede à dita porta (ou apenas diz que sim) que contraia matrimónio consigo.
Momento de pura euforia, o momento pelo que a porta sonhou toda a sua vida, desde que era parte de uma árvore, tinha finalmente chegado. Aquela chave era o amor da sua vida, foram feitos um para o outro, encaixavam na perfeição, o click era perfeito, a fechadura iria funcionar até que a morte (ou o caruncho) os separasse. Faz-se uma festa enorme, gasta-se o dinheiro que se tem (e o que não se tem), convidam-se conhecidos e desconhecidos e jura-se amar e respeitar o outro até que a morte os separe, o que equivale aos seus “para sempre”. Afinal a vida é mesmo um conto de fadas, os livros tinham razão, é impossível estar-se mais feliz.

Humm..será? Preciso de factos. Vejamos:

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as uniões são já menos 15 815 do que há dez anos e os divórcios mais 9636. Dos casamentos celebrados (47 857 – menos 814 face a 2005) a percentagem de uniões em segundas núpcias aumentou e é já de 20,6 por cento. Em 2006, verificaram-se 23 935 divórcios, mais 1082 do que em 2005: por cada cem casamentos celebrados em Portugal, foram decretados 48 divórcios. A idade média da dissolução das uniões é de 41 anos para os homens e 39 para as mulheres, tendo o casamento a duração média de 14 anos. Janeiro é o mês em que se realizam menos matrimónios e em que mais vínculos nupciais são dissolvidos, por morte ou divórcio. 47 857 casamentos foram celebrados em 2006, em Portugal, menos 814 face ao ano anterior e menos 15 815 do que há dez anos. Dos matrimónios realizados, 20,6 por cento corresponde a segundos casamentos. 23 935 divórcios foram decretados em 2006.

Ooops!

Ok, vejamos: duração média de casamento 14 anos? (Penso que hoje em dia é no máximo metade disso, mas continuemos) Não era isso que dizia nos livros! Branca de Neve, Cinderela? Afinal fomos enganados durante anos a fio! Os livros acabavam com “felizes para sempre” e não felizes durante os próximos 14 anos! Não estava escrito que após os 14 anos de felicidade decrescente, a princesa e o príncipe passarão por batalhas judiciais intermináveis, o rombo no seu orçamento será trágico e passarão a pais solteiros, com filhos a quem deviam uma infância feliz e completa. Como é bom ser criança (em livros, obviamente).
Qual foi o problema? A chave voltou a ter saudades de ser uma chave mestra? A porta percebeu que afinal aquilo não era uma chave mas sim um martelo? O que aconteceu? Não sou psicóloga nem acho que alguém se deva submeter a uma vida de infelicidade ou menos feliz (pelo menos quem não tem filhos), apenas acho que as pessoas perderam a noção dos sentimentos, do que é uma promessa, de tudo o que a palavra amor engloba e acima de tudo perderam a paciência e a capacidade de conversação, compreensão e de compromisso, de meio termo, dar e receber. Perderam a noção do valor das palavras e dos gestos.
Hoje em dia as pessoas têm uma discussão e a opção é fazer as malas e ir embora, ninguém quer ter o trabalho de resolver nada. Obviamente que há coisas que não têm solução mas muitas delas têm, apenas para a maioria das chaves e portas, não valem a pena o esforço. Há tanto peixe no mar, tanta porta, porquê perder tempo com uma que não esteja a funcionar bem, não é? Compra-se uma nova e pronto. E assim se segue em frente, e o ciclo começa novamente.

Nova porta, novo casamento, provavelmente novos descendentes e temos o conceito de família do século XXI que inclui as madrastas, padrastos, meios-irmão e filhos de madrastas e padrastos, mulher/marido nº1, nº2 e por aí adiante. Agora eu pergunto: ok, faz-se isso a primeira vez, é normal mas..fazer a segunda?! A terceira?!?! Casar 10 vezes como se fosse ir ao cinema? Ter filhos, desta, daquela e do outro? Ir tendo filhos com vários parceiros?? Sinceramente mete-me muita impressão mas talvez seja eu que sou muito esquisita não é? Talvez a minha noção de ridículo seja…..ridícula. É provável.
Como diria Darwin, só sobrevive quem se consegue adaptar portanto, continuarei a ir aos casamentos, tentando adivinhar quanto tempo durará desta vez, quantos filhos nascerão DESSA união, como será a segunda mulher, o terceiro marido e quem dirá pior, de quem hoje, diz ser o seu mais que tudo, a pessoa mais maravilhosa do mundo (passa-se de bestial a besta num piscar de olhos..ou em 14 anos, se formos mais precisos).
Afinal não é o sapo que se transforma em príncipe mas sim o príncipe em sapo. Quem terá deixado publicar aquelas histórias? Uma excepção, provavelmente. Os livros para crianças precisam de uma revolução, e acima de tudo, as frases: “aceita X para ser seu marido” terá de ser substituída por “aceita X para ser seu ex-marido num futuro próximo” e “até que a morte os separe” deve ser urgentemente substituída por “quanto tempo dura o teu para sempre”? Seria muito mais justo e definitivamente mais realístico.