Traduzindo neoplasia maligna para linguagem comum: cancro.
Como é do conhecimento geral, o cancro é uma doença resultante do crescimento e divisão ilimitada de células. É como uma invasão de células, que se vão espalhando e destruindo tecidos, sendo que a maioria é causada por anomalias no material genético.
Tenho um gosto particular por analogias, acho que facilitam a comunicação...e penso que há um sentimento (a que muita gente chama amor mas eu denomino obsessão) que pode ser considerado um cancro emocional.
Também há homens que padecem desta doença mas tenho a impressão que o sexo feminino é bastante mais afectado. Eu sei que o coração tem razões que a própria razão desconhece mas...se o amiguinho do peito (como diz uma amiga minha) tem razões cujas consequências levam à perda da dignidade do seu portador....eu não lhe chamaria amiguinho mas sim inimigo.
Segundo algumas definições que encontrei, dignidade é a palavra que define uma linha de acções correctas, baseadas na justiça e nos direitos humanos, construída através dos anos, dando ao indivíduo uma reputação moral favorável. Implica o respeito dos códigos de ética e cidadania. Baseia-se no reconhecimento da pessoa como ser digno de respeito. É uma necessidade emocional que todos nós temos de reconhecimento público, de se ter feito bem as coisas, quer seja em relação a autoridades, amigos, círculo familiar, social, entre outros.
Eu concordo que haja coisas superiores ao orgulho e em que realmente vale a pena provocar-lhe alguns arranhões quando o caso o justificar. Agora, por mais que tente, não consigo encontrar nenhuma razão que justifique a perda de dignidade ou o mínimo arranhão na mesma. Acredito que temos dois órgãos fundamentais que comandam as nossas acções..cérebro e coração e que muitas vezes o segundo vence e tenta justificar a completa inércia do primeiro..mas se a acção em questão implica a perda de dignidade é porque o que provoca a mesma não vale definitivamente a pena.
Já vi inúmeros programas e filmes sobre violência doméstica..vou tentar deixar de parte as mulheres que dependem exclusivamente do marido, que têm filhos pequenos, sem parentes e que são ameaçadas de morte, apesar de não achar que justifique certas coisas mas não vou comentar estes casos, acho que há vários factores a ter em conta.
O que eu não posso deixar de comentar são casos de cancro emocional explícito de raparigas solteiras, independentes, com familiares, amigos e muitas vezes com excelentes educações....que levam uns “mimos” extra da sua cara-metade, são tratadas de uma forma absolutamente execrável e continuam a defendê-lo com unhas e dentes e perdidamente apaixonadas e ai de quem diga mal do dito cujo.
Em relação a ofensas físicas, do que gosto mais é das respostas, quando eles dizem:" A culpa é tua, tu é que me irritas, depois fazes-me fazer estas coisas." E elas: Ah, a culpa foi minha, eu é que o enervei.” ou “Ele não faz por mal, eu sei que ele gosta de mim, só não posso irritá-lo.” Romântico, no mínimo. Vá lá que ele gosta e a trata assim, o que seria se não gostasse. Faz-me lembrar a típica frase do “despacho” em que estão a terminar uma relação mas fazem questão de frisar que não é por falta de amor. O despachado quase que fica comovido com tamanho desempenho, afinal, o outro só o faz para o bem do despachado, é um sacrifício afinal. Como é comovente a hipocrisia humana.
Não falo só em agressões físicas, cada vez mais acho que essas comparadas com as verbais são pouco significativas, uma vez que (consoante a gravidade das mesmas é claro) essas saram com o tempo enquanto as que ferem a alma muitas vezes são incuráveis. Mulheres chegam ao ponto de ouvir tantas vezes atrocidades, sem o mínimo fundamento que começam a acreditar no que lhes é dito e a achar que realmente são assim e merecem o que recebem. Como o cancro atinge órgãos fundamentais como o coração, cérebro e ainda a visão, permanece a ilusão de amor.
Incluo ainda neste leque todas as acções menos próprias, menos dignas, como traições e todas as outras formas de total falta de consideração. Gosto particularmente das desculpas do "Sou hOMEM", "Foi só uma vez", "Não significou nada" ou ainda a mítica: "Traição só conta se for física". Clássicos.
Pergunto eu na minha insignificância e ignorância...para se amar alguém não é necessário ter o mínimo de respeito, orgulho e admiração pelo outro? Não é suposto o outro tornar-nos alguém melhor?! Pelos vistos não, é possível amar alguém de quem não se consiga elogiar absolutamente nada. É incrível o poder do cancro emocional. Consegue retirar toda a dignidade a um indivíduo antes digno e admirável. Deve ser das coisas mais deprimentes de assistir. O cancro a que me refiro é tão potente que qualquer tentativa de ajuda externa não tem o mínimo efeito e só nos resta assistir. Para se ajudar alguém as pessoas têm de querer ser ajudadas, mas a multiplicação de células é tal que qualquer esforço nesse sentido tem o efeito contrário, chegando mesmo a ser um facto de conhecimento geral e a pessoa infectada manter o mesmo estado de espírito e acções e obviamente o cancro vangloria-se dos seus feitos, afinal, é invencível. Ou não?
Sempre ouvi dizer que confiança e respeito têm que ser conquistados. Perda de dignidade implica perda de respeito por si mesmo..e se o próprio não tem respeito pela sua pessoa penso que seja impossível outro ser ter, tornando-se um ciclo vicioso.
Não podemos controlar as acções dos demais mas podemos controlar a forma como reagimos às mesmas e temos o dever de controlar as nossas. Não somos julgados pelas nossas intenções, dessas está o inferno cheio, como se costuma dizer. Somos julgados pelo que fazemos, pela forma como agimos e afinal, é isso que nos define e acima de tudo, nos distingue. Na minha opinião, quando um ser humano perde a dignidade e a consciência já não tem mais nada que valha a pena.
No entanto, ambas são recuperáveis e acredito que a cura existe, mas para haver cura........é necessário querê-la!
Como é do conhecimento geral, o cancro é uma doença resultante do crescimento e divisão ilimitada de células. É como uma invasão de células, que se vão espalhando e destruindo tecidos, sendo que a maioria é causada por anomalias no material genético.
Tenho um gosto particular por analogias, acho que facilitam a comunicação...e penso que há um sentimento (a que muita gente chama amor mas eu denomino obsessão) que pode ser considerado um cancro emocional.
Também há homens que padecem desta doença mas tenho a impressão que o sexo feminino é bastante mais afectado. Eu sei que o coração tem razões que a própria razão desconhece mas...se o amiguinho do peito (como diz uma amiga minha) tem razões cujas consequências levam à perda da dignidade do seu portador....eu não lhe chamaria amiguinho mas sim inimigo.
Segundo algumas definições que encontrei, dignidade é a palavra que define uma linha de acções correctas, baseadas na justiça e nos direitos humanos, construída através dos anos, dando ao indivíduo uma reputação moral favorável. Implica o respeito dos códigos de ética e cidadania. Baseia-se no reconhecimento da pessoa como ser digno de respeito. É uma necessidade emocional que todos nós temos de reconhecimento público, de se ter feito bem as coisas, quer seja em relação a autoridades, amigos, círculo familiar, social, entre outros.
Eu concordo que haja coisas superiores ao orgulho e em que realmente vale a pena provocar-lhe alguns arranhões quando o caso o justificar. Agora, por mais que tente, não consigo encontrar nenhuma razão que justifique a perda de dignidade ou o mínimo arranhão na mesma. Acredito que temos dois órgãos fundamentais que comandam as nossas acções..cérebro e coração e que muitas vezes o segundo vence e tenta justificar a completa inércia do primeiro..mas se a acção em questão implica a perda de dignidade é porque o que provoca a mesma não vale definitivamente a pena.
Já vi inúmeros programas e filmes sobre violência doméstica..vou tentar deixar de parte as mulheres que dependem exclusivamente do marido, que têm filhos pequenos, sem parentes e que são ameaçadas de morte, apesar de não achar que justifique certas coisas mas não vou comentar estes casos, acho que há vários factores a ter em conta.
O que eu não posso deixar de comentar são casos de cancro emocional explícito de raparigas solteiras, independentes, com familiares, amigos e muitas vezes com excelentes educações....que levam uns “mimos” extra da sua cara-metade, são tratadas de uma forma absolutamente execrável e continuam a defendê-lo com unhas e dentes e perdidamente apaixonadas e ai de quem diga mal do dito cujo.
Em relação a ofensas físicas, do que gosto mais é das respostas, quando eles dizem:" A culpa é tua, tu é que me irritas, depois fazes-me fazer estas coisas." E elas: Ah, a culpa foi minha, eu é que o enervei.” ou “Ele não faz por mal, eu sei que ele gosta de mim, só não posso irritá-lo.” Romântico, no mínimo. Vá lá que ele gosta e a trata assim, o que seria se não gostasse. Faz-me lembrar a típica frase do “despacho” em que estão a terminar uma relação mas fazem questão de frisar que não é por falta de amor. O despachado quase que fica comovido com tamanho desempenho, afinal, o outro só o faz para o bem do despachado, é um sacrifício afinal. Como é comovente a hipocrisia humana.
Não falo só em agressões físicas, cada vez mais acho que essas comparadas com as verbais são pouco significativas, uma vez que (consoante a gravidade das mesmas é claro) essas saram com o tempo enquanto as que ferem a alma muitas vezes são incuráveis. Mulheres chegam ao ponto de ouvir tantas vezes atrocidades, sem o mínimo fundamento que começam a acreditar no que lhes é dito e a achar que realmente são assim e merecem o que recebem. Como o cancro atinge órgãos fundamentais como o coração, cérebro e ainda a visão, permanece a ilusão de amor.
Incluo ainda neste leque todas as acções menos próprias, menos dignas, como traições e todas as outras formas de total falta de consideração. Gosto particularmente das desculpas do "Sou hOMEM", "Foi só uma vez", "Não significou nada" ou ainda a mítica: "Traição só conta se for física". Clássicos.
Pergunto eu na minha insignificância e ignorância...para se amar alguém não é necessário ter o mínimo de respeito, orgulho e admiração pelo outro? Não é suposto o outro tornar-nos alguém melhor?! Pelos vistos não, é possível amar alguém de quem não se consiga elogiar absolutamente nada. É incrível o poder do cancro emocional. Consegue retirar toda a dignidade a um indivíduo antes digno e admirável. Deve ser das coisas mais deprimentes de assistir. O cancro a que me refiro é tão potente que qualquer tentativa de ajuda externa não tem o mínimo efeito e só nos resta assistir. Para se ajudar alguém as pessoas têm de querer ser ajudadas, mas a multiplicação de células é tal que qualquer esforço nesse sentido tem o efeito contrário, chegando mesmo a ser um facto de conhecimento geral e a pessoa infectada manter o mesmo estado de espírito e acções e obviamente o cancro vangloria-se dos seus feitos, afinal, é invencível. Ou não?
Sempre ouvi dizer que confiança e respeito têm que ser conquistados. Perda de dignidade implica perda de respeito por si mesmo..e se o próprio não tem respeito pela sua pessoa penso que seja impossível outro ser ter, tornando-se um ciclo vicioso.
Não podemos controlar as acções dos demais mas podemos controlar a forma como reagimos às mesmas e temos o dever de controlar as nossas. Não somos julgados pelas nossas intenções, dessas está o inferno cheio, como se costuma dizer. Somos julgados pelo que fazemos, pela forma como agimos e afinal, é isso que nos define e acima de tudo, nos distingue. Na minha opinião, quando um ser humano perde a dignidade e a consciência já não tem mais nada que valha a pena.
No entanto, ambas são recuperáveis e acredito que a cura existe, mas para haver cura........é necessário querê-la!