sábado, 31 de janeiro de 2009

Neoplasia Maligna Emocional

Traduzindo neoplasia maligna para linguagem comum: cancro.
Como é do conhecimento geral, o cancro é uma doença resultante do crescimento e divisão ilimitada de células. É como uma invasão de células, que se vão espalhando e destruindo tecidos, sendo que a maioria é causada por anomalias no material genético.
Tenho um gosto particular por analogias, acho que facilitam a comunicação...e penso que há um sentimento (a que muita gente chama amor mas eu denomino obsessão) que pode ser considerado um cancro emocional.
Também há homens que padecem desta doença mas tenho a impressão que o sexo feminino é bastante mais afectado. Eu sei que o coração tem razões que a própria razão desconhece mas...se o amiguinho do peito (como diz uma amiga minha) tem razões cujas consequências levam à perda da dignidade do seu portador....eu não lhe chamaria amiguinho mas sim inimigo.
Segundo algumas definições que encontrei, dignidade é a palavra que define uma linha de acções correctas, baseadas na justiça e nos direitos humanos, construída através dos anos, dando ao indivíduo uma reputação moral favorável. Implica o respeito dos códigos de ética e cidadania. Baseia-se no reconhecimento da pessoa como ser digno de respeito. É uma necessidade emocional que todos nós temos de reconhecimento público, de se ter feito bem as coisas, quer seja em relação a autoridades, amigos, círculo familiar, social, entre outros.
Eu concordo que haja coisas superiores ao orgulho e em que realmente vale a pena provocar-lhe alguns arranhões quando o caso o justificar. Agora, por mais que tente, não consigo encontrar nenhuma razão que justifique a perda de dignidade ou o mínimo arranhão na mesma. Acredito que temos dois órgãos fundamentais que comandam as nossas acções..cérebro e coração e que muitas vezes o segundo vence e tenta justificar a completa inércia do primeiro..mas se a acção em questão implica a perda de dignidade é porque o que provoca a mesma não vale definitivamente a pena.
Já vi inúmeros programas e filmes sobre violência doméstica..vou tentar deixar de parte as mulheres que dependem exclusivamente do marido, que têm filhos pequenos, sem parentes e que são ameaçadas de morte, apesar de não achar que justifique certas coisas mas não vou comentar estes casos, acho que há vários factores a ter em conta.
O que eu não posso deixar de comentar são casos de cancro emocional explícito de raparigas solteiras, independentes, com familiares, amigos e muitas vezes com excelentes educações....que levam uns “mimos” extra da sua cara-metade, são tratadas de uma forma absolutamente execrável e continuam a defendê-lo com unhas e dentes e perdidamente apaixonadas e ai de quem diga mal do dito cujo.
Em relação a ofensas físicas, do que gosto mais é das respostas, quando eles dizem:" A culpa é tua, tu é que me irritas, depois fazes-me fazer estas coisas." E elas: Ah, a culpa foi minha, eu é que o enervei.” ou “Ele não faz por mal, eu sei que ele gosta de mim, só não posso irritá-lo.” Romântico, no mínimo. Vá lá que ele gosta e a trata assim, o que seria se não gostasse. Faz-me lembrar a típica frase do “despacho” em que estão a terminar uma relação mas fazem questão de frisar que não é por falta de amor. O despachado quase que fica comovido com tamanho desempenho, afinal, o outro só o faz para o bem do despachado, é um sacrifício afinal. Como é comovente a hipocrisia humana.
Não falo só em agressões físicas, cada vez mais acho que essas comparadas com as verbais são pouco significativas, uma vez que (consoante a gravidade das mesmas é claro) essas saram com o tempo enquanto as que ferem a alma muitas vezes são incuráveis. Mulheres chegam ao ponto de ouvir tantas vezes atrocidades, sem o mínimo fundamento que começam a acreditar no que lhes é dito e a achar que realmente são assim e merecem o que recebem. Como o cancro atinge órgãos fundamentais como o coração, cérebro e ainda a visão, permanece a ilusão de amor.
Incluo ainda neste leque todas as acções menos próprias, menos dignas, como traições e todas as outras formas de total falta de consideração. Gosto particularmente das desculpas do "Sou hOMEM", "Foi só uma vez", "Não significou nada" ou ainda a mítica: "Traição só conta se for física". Clássicos.
Pergunto eu na minha insignificância e ignorância...para se amar alguém não é necessário ter o mínimo de respeito, orgulho e admiração pelo outro? Não é suposto o outro tornar-nos alguém melhor?! Pelos vistos não, é possível amar alguém de quem não se consiga elogiar absolutamente nada. É incrível o poder do cancro emocional. Consegue retirar toda a dignidade a um indivíduo antes digno e admirável. Deve ser das coisas mais deprimentes de assistir. O cancro a que me refiro é tão potente que qualquer tentativa de ajuda externa não tem o mínimo efeito e só nos resta assistir. Para se ajudar alguém as pessoas têm de querer ser ajudadas, mas a multiplicação de células é tal que qualquer esforço nesse sentido tem o efeito contrário, chegando mesmo a ser um facto de conhecimento geral e a pessoa infectada manter o mesmo estado de espírito e acções e obviamente o cancro vangloria-se dos seus feitos, afinal, é invencível. Ou não?
Sempre ouvi dizer que confiança e respeito têm que ser conquistados. Perda de dignidade implica perda de respeito por si mesmo..e se o próprio não tem respeito pela sua pessoa penso que seja impossível outro ser ter, tornando-se um ciclo vicioso.
Não podemos controlar as acções dos demais mas podemos controlar a forma como reagimos às mesmas e temos o dever de controlar as nossas. Não somos julgados pelas nossas intenções, dessas está o inferno cheio, como se costuma dizer. Somos julgados pelo que fazemos, pela forma como agimos e afinal, é isso que nos define e acima de tudo, nos distingue. Na minha opinião, quando um ser humano perde a dignidade e a consciência já não tem mais nada que valha a pena.
No entanto, ambas são recuperáveis e acredito que a cura existe, mas para haver cura........é necessário querê-la!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tabaco

Acho que cada um faz o que quer, tanto da sua vida como do seu corpo...cada um sabe de si...mas a minha mãe sempre me ensinou que a minha liberdade termina quando a do outro começa.
Os malefícios do tabaco para a saúde são bem conhecidos (não vou mencionar os estragos provocados nas finanças)..não sei se já viram aqueles mails que circulam com fotos...que exibem vários tumores, desde a língua aos pulmões, provocados por anos e anos de absorção de nicotina... Nunca experimentei, nunca tive sequer a mínima vontade e para dizer a verdade sempre me causou repulsa..e continuo com a ideia de que a maioria das pessoas, principalmente os jovens, quando começaram a fumar começaram como forma de inserção social. Há uma incapacidade enorme de pronunciar a palavra "não" entre os jovens (principalmente, não só) que eu nunca entendi, ultrapassa-me...nunca percebi se é o “espírito de manada” que tem algum efeito, se é a frase “não és capaz, maricas” ou se é apenas uma questão de total falta de personalidade...de qualquer modo, como disse, cada um sabe de si...
Para além de não me atrair minimamente, não consigo perceber como é que alguém (para além das razões que já referi anteriormente) começa a usar uma coisa que sabe que lhe provocará danos na saúde mas não só...(para mim morrer mais cedo é o menos, mas acho que cancro não é das formas menos penosas de sucumbir)..Vejamos..os dentes tornam-se amarelos, as gengivas e lábios de um roxo escuríssimo, como um cadáver em decomposição e aquilo que mais me incomoda....um cheiro nauseabundo que por mais que tentem fica entranhado, em roupa e corpo, passa a fazer parte do cheiro natural da pessoa...não percebo....mas também não tento. Também já ouvi várias pessoas dizerem que “fumar dá muito estilo”, resposta que para mim nem sequer merece comentário, especialmente quando são homens com os dois dedinhos esticados, lábios a fazer biquinho e olhos semicerrados. Sexy, certamente.
Bem, mas não é por questões estéticas ou de saúde que estou a falar nisto. Já saiu a tão esperada lei do tabaco (esperada por mim obviamente) mas também não adiantou muito porque pouco mudou. Achei extremamente interessante a revolta da maioria dos fumadores em relação à nova lei...acho que com um pouco de bom senso qualquer pessoa, mesmo fumadora, perceberia que estar a tentar saborear uma refeição e a levar com o fumo da mesa ao lado não é, de todo, agradável. Não sei se é mesmo azar meu mas os meus dedos já não são suficientes para enumerar a quantidade de vezes que os caríssimos veneradores de nicotina fizeram questão de esticar o braço com o dito cigarro na ponta, oportunamente apontado à minha cara..talvez seja eu que tenha azar com o vento, deve mudar sempre de direcção consoante a minha posição....
Acho que ter atenção à direcção do fumo, mesmo em lugares públicos não é pedir muito. Pelos vistos é, porque 90% das pessoas a quem gentilmente pedi para redireccionarem o fumo ou fizeram questão de chegar o cigarro ainda mais próximo dos meus orifícios nasais ou ficaram ofendidíssimos e disseram algo do género “se está mal, mude-se” ou "é um lugar público". Educadíssimos. Mas sim, o lugar é público, os meus pulmões e afins é que por acaso são privados.
Voltamos à história da liberdade e dos seus limites...mas não vale a pena não é? A falta de consideração pelos vistos é superior ao nível de nicotina existente no sistema de alguns fumadores.
Mas pronto, para não dizerem que só critico...já conheci um ou dois fumadores que muito educadamente me perguntaram: “importas-te que fume?”, “o fumo está a incomodar-te”? Como é apelativo um ser humano com consideração pelo outro. Fascinante, já que é um fenómeno tão raramente observado.
O meu apelo é apenas este meus caros concidadãos...querem ter “estilo”? Façam favor. Tenham. Cada um sabe de si, é a opção que fizeram, eu respeito. Agora, a minha opção é não fumar. Posso?

domingo, 25 de janeiro de 2009

Intervenção imprevista

Ok…o meu blog foi inaugurado ontem…desde então tenho recebido incentivos, sugestões, críticas mas também alguma apreensão em relação às consequências. Pelos vistos há o receio que me tomem como “Senhora da verdade” ou entendam o que digo como “ataques”, o que não é o caso. Estou longe da perfeição e tenho perfeita noção disso. Em relação a ficarem a “gostar menos de mim” como já ouvi, não me diz nada. Como se costuma dizer, mais vale ser odiado por dizer a verdade do que adorado por mentiras ou hipocrisia. Eu sei que é uma característica essencial na sociedade mas por isso mesmo é que tenho um blog, onde pelo menos aqui, posso deixá-la de fora. Quem me conhecer minimamente bem e ler o que eu escrevo e mudar a sua opinião sobre mim para pior então afinal não me conhecia nem minimamente. Devo ainda referir que a minha afeição pelas pessoas não varia consoante a sua semelhança a mim, sendo que muitas das pessoas por quem nutro maior afeição têm muito pouco em comum comigo, incluíndo opiniões (e até há as que têm herpes, vejam só).
Não é de hoje que escrevo desabafos como estes mas nunca os tornei públicos. Fi-lo por insistência de alguns amigos e por achar que opiniões devem ser partilhadas e vou manter o blog. Ninguém é obrigado a aparecer. Podia pedir desculpa caso fira algumas susceptibilidades mas não o farei, é apenas a minha opinião que expresso neste espaço e nada mais do que isso.

Talheres

Talheres...aqueles objectos engraçados que costumam estar situados próximos do prato e que servem para auxiliar o transporte de comida do prato e afins, à cavidade bucal. Eu sei que há temas muito mais interessantes do que talheres, mas... o facto das pessoas não perceberem que uma faca, à mesa, hoje em dia, tem apenas a função de cortar afecta-me o sistema nervoso. Não vou falar da forma errada como a maioria das pessoas pega nos talheres apesar de também me provocar um certo incómodo...mas não consigo abster-me de falar na faca.... Têm o garfo numa mão e a faca na outra...mas a quantidade de pessoas que utiliza a faca como garfo é inacreditável....têm alguma coisa contra o garfo? É que já nem vou mencionar a falta de educação que é introduzir a faca na boca...(e a visão) fico-me pelo facto de ser um objecto cortante e a boca, principalmente os lábios, uma zona extremamente sensível....
Permanece assim a dúvida: falta de chá, uma questão de aversão ao garfo ou alguma tendência masoquista?

sábado, 24 de janeiro de 2009

Solteiros

Há um certo tipo de comentário que me enerva de sobremaneira e que acho de um nível de inteligência bastante baixo mas tenho-me abstido sempre..porém, hoje, achei que já chegava. Há duas noções partilhadas por uma considerável fracção da raça humana às quais quase que acho piada: considerar que uma pessoa solteira tem esse estado uma vez que não tem capacidade para mais e considerar que se uma pessoa já teve 100 relacionamentos é porque é um sex-symbol.
Estamos em época de saldos e acho que este assunto pode ser encarado da seguinte forma...ora, se uma loja como o C&A (cujos artigos não podem ser considerados os de melhor qualidade do mercado) está em saldos, obviamente a loja estará extremamente concorrida. Roupa barata, vamos aproveitar! No entanto, uma loja de griffe como a Prada, por exemplo (neste caso até a Massimo Dutti serviria), que poucos saldos fazem, e que mesmo com algum saldo os artigos apresentam um preço elevado, provavelmente continuará com pouca afluência. Eis a questão: porquê que alguém vai fazer compras à C&A e não à Prada? Por opção? Não me parece. Imaginemos que, certo dia os preços se tornassem iguais nas duas lojas. Ficaria a C&A vazia? Deixo à vossa imaginação.
Meus caros, não é por uma pessoa não se gabar 30 vezes ao dia da quantidade de “fãs” que tem ou por não retribuir a atenção dos mesmos ou por escolher estar só do que “menos bem acompanhada” que a pessoa é uma pobre coitada, absolutamente desprovida de capacidade de interessar o sexo oposto (ou até o mesmo, nos tempos que correm...). Uma pessoa pode ter dinheiro para comprar 100 pastilhas elásticas mas isso não significa que o vá ou queira fazer pois não? Desde cedo sempre ouvi dizer que o fácil tem sempre grande número de adeptos.
Há quem prefira ter 100 blusas da C&A e quem prefira ter apenas uma, mas Prada. Gostos!

Herpes

Tal como tinha dito, o Herpes tem direito ao seu próprio artigo. Dado a sua abundância neste século e à estupidez humana, eu acho que merece.
Eu ainda não percebi se é do conhecimento mundial que o herpes é um vírus..mas dadas as atitudes das pessoas portadoras que tenho observado, prefiro pensar que não, que é apenas uma questão de ignorância e não de estupidez e má vontade.
Sou bióloga, não sou médica e não tenho herpes (pelo menos que eu saiba). Quando comecei a vislumbrar pessoas com bocas com feridas fiquei intrigada. Não fui para a faculdade de medicina, achei que era mais rápido e económico ir ao Google e escrever herpes. Pois bem, quem se der ao trabalho, irá descobrir que o herpes é um vírus, que afecta principalmente a mucosa da boca (dizem que é o mais comum mas não sei se não será apenas o mais vísivel....) e a região genital, podendo até causar graves complicações neurológicas. Antes que me esqueça, aconselho os mais curiosos a não pesquisar fotos, especialmente de herpes genital. Pois bem...eu na minha boa vontade, quando me deparo com alguém a deambular com o seu herpes labial (só vejo esse felizmente) ainda tento constatar o óbvio, do género: “Ah, que chato, tás com herpes.” Ao que 99% das pessoas me responde: “Não é herpes, é da febre.” Meus amigos, volto a frisar que não passei pela faculdade de medicina mas o Google realmente é uma ferramenta fantástica. Ora bem, diz-me o Google que o herpes é um vírus que é reactivado em alturas de fragilidade do indivíduo, como stress, febre, irradiação solar excessiva, trauma ou terapia com cortisona.
Volto a pensar que o problema é a ignorância...falta de informação, será? Talvez os 300 anúncios diários sobre herpes labial sejam insuficientes...os 1001 pensos protectores e cremes como o Zovirax são completamente desconhecidos...eu entendo, a falta de informação é um mal terrível. Nunca me passaria pela cabeça que uma pessoa sabendo que tem um vírus activo (já mencionei que não tem cura?), andaria por aí a cumprimentar (e com isto quero dizer esfregar o vírus na pele alheia), partilhar bebida e comida com os restantes mortais desprovidos de herpes? Longe de mim. Ah sim, esqueci-me de frisar que o vírus é transmitido pela saliva e contacto directo com a zona infectada. Pois é, contacto com a zona infectada....pois...sem contar com o facto das mãos tocarem na boca, depois tocarem sabe-se lá onde, de ao falar ser sempre projectada saliva, etc..
O poder da disseminação destas coisas é incrível....mas nada comparado com o da estupidez humana.

Inteligência

Penso que praticamente toda a gente sabe que existem vários tipos de inteligência..linguística, espacial ou naturalista, lógica, musical, intrapessoal, interpessoal e cinética. Não sou perita no assunto, portanto, caso esteja enganada agradeço que me avisem. Qual a mais importante? Deduzo que não se chegue a um consenso.
Na minha humilde opinião acho que se alguém tiver todos os tipos de inteligência muito elevados mas não tiver tacto e a capacidade de se auto-avaliar não lhe servirá de muito qualquer outro tipo de inteligência. Cada vez mais chego à conclusão que esse tipo de inteligência não pode ser obtida ou treinada, acho que não vale mesmo a pena, ou a têm ou não.
Self-made man é alguém que tem a capacidade de ver os erros dos outros, aprender com eles e consegue olhar para si mesmo e evoluir. Mas isto torna-se caricato de certa forma, porque há mesmo pessoas que não têm a mínima capacidade de introspecção! Quando se ouve alguém criticar/gozar outra pessoa ou porque por exemplo misturou uma blusa verde com calças vermelhas ou come com a cabeça no prato, etc, uma pessoa com o tipo de inteligência a que me refiro pára e pensa: eu faço isso ou não? Visto-me assim? Eu também como assim? Interroga-se e evolui. O resto dos mortais não, riem-se sem perceberem que se estão a rir deles próprios. Lá está a alegria da ignorância, tão comum.
Passemos a outro exemplo...voltando à gramática, imaginemos que estamos a conversar com alguém que em vez de dizer "se tu vires" diz "se tu veres"! Detecta-se o erro...e numa tentativa de ajudar o outro, arranjamos maneira de numa das frases seguintes dizermos "se tu vires"! Para alguém com o tal tipo de inteligência esta frase faria "click" na sua mente e a pessoa interrogar-se-ia: eu não digo assim! Será que estou errado? Voltamos então à evolução e ao self- made man.
Não sei se vos acontece o mesmo mas já passei inúmeras vezes por esta situação chatíssima...imaginem que estão cheios de sede..como pessoa prevenida que costumo ser tenho uma garrafa de água sempre comigo..(mas ocorre exactamente o mesmo se tiver acabado de a comprar) pego na minha garrafa (felicíssima por ser uma pessoa prevenida), estou a abrir a garrafa...e alguém diz: “Eh, estou cheio de sede, dá-me um golo!” Não vou dizer que o mundo desaba nesse momento mas a afluência de sangue ao meu cérebro aumenta certamente. Como pessoa educada que tento ser, só me resta oferecer a garrafa. O que acho mais fantástico nestes acontecimentos é o facto da pessoa em questão nunca reparar que eu não volto a tocar na água e na maioria das vezes até digo: “Podes ficar com ela”. Devem julgar que a sede me passou só de olhar para a garrafa. Já ouvi falar em “comer com os olhos” mas beber com os olhos, para mim é novidade. Este assunto pode-me levar aos restaurantes...ao momento em que o garçon traz por exemplo aquelas cenourinhas apetitosas ou aqueles pratinhos com molhos...a maior parte dos restaurantes não disponibiliza pratinhos nem talheres para o couvert....mas pode-se sempre pedir, não? Claro que não! Vamos todos espetar o nosso próprio garfo e bocados de pão cheios de germes na comida comum. Também nunca ninguém se questiona porquê que falei tanto no excelente aspecto das cenouras e não as comi. Não vale a pena tentar explicar que saliva não é o meu tempero favorito, especialmente quando há pessoas com herpes na mesa. O assunto do Herpes fica para outro dia, tem direito ao seu próprio artigo.
Outro caracterítica interessante..quando se frequenta a casa de alguém..toda a gente tem as suas rotinas, os seus objectos, a seu lugar marcado na mesa, no sofá (na maioria dos casos)..há quem tenha a sua própria caneca de uso exclusivo, etc...para além da falta de educação, voltamos à tal inteligência quando alguém se senta no nosso lugar seja à mesa ou no sofá, pega na primeira caneca que vê (geralmente sempre a nossa) e por aí em diante...alguém já ouviu falar em tacto? Custa assim tanto perguntar ao dono da casa que caneca pode usar? Onde se deve sentar? Este assunto seria infindável por isso fico por aqui..
Tentar mudar ou educar os outros não cabe a mais ninguém a não ser aos próprios, a não ser, é claro, pais a filhos. Dizer as coisas directamente, apontar o erro de forma directa seria uma falta de tacto, dependendo do grau de confiança com a pessoa em causa obviamente..e é como tudo, pode-se dizer tudo mas a maneira como se diz é fundamental. Daí existirem as tais "pistas" que deveriam fazer click...mas não vale a pena, já cheguei a essa conclusão. De qualquer modo, somos apenas responsáveis pelas nossas atitudes e pela imagem que passamos e as de mais ninguém não é verdade? Sorte a nossa!!

Helloise´s Blog

“Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe.”

Já dizia Einstein... Pois é, dada a crescente estupidez humana e suas consequências, resolvi criar o meu próprio blog, especialmente dedicado a esta característica tão comum em Homo sapiens...encarem-no com uma forma de desabafo e nada mais. Provavelmente ninguém vai parar por aqui e quem parar pouco vai ligar mas aqui ficam alguns pontos de vista, pode ser que alguém os partilhe comigo..Quiçá!

“You can chain me, you can torture me, you can even destroy this body, but you will never imprison my mind.” Gandhi

Welcome.

Eloise de Sá