Conhecem aquele provérbio que diz que o sangue fala mais alto? Tenho alguma dificuldade em perceber (mais uma adição à infinita lista). Desde cedo que ouço dizer isto e apesar de entender até certo ponto, não acho absolutamente correcto e reformularia para “Os sentimentos falam mais alto”. Acho que o que conta não é a partilha de genes mas sim o sentimento, o laço existente entre pessoas. Família todos têm ou tiveram e não se escolhe. É uma questão de sorte. Como seres humanos, com personalidades distintas, obviamente não nos conseguimos dar com todos os representantes da espécie e não me parece que o sangue ajude alguma coisa neste ponto.
Não sei se a ideia de que se tem que gostar de todos os familiares provém do facto de geralmente serem pessoas com quem lidamos desde o berço (na maioria das vezes). Talvez venha daí. E neste ponto provavelmente já pareço alguém anti-família, o que não é de todo, o caso. Apenas não entendo porquê que sangue e afeição têm de estar directamente relacionados. Quem não ouviu crianças dizerem: “Não gosto da tia X, não suporto o primo Y e por favor não me obriguem a ir visitar o bisavô K?” e receberem respostas do género: “Tens que gostar, é tua tia” ou “ tens de ir, é família”. Estava na fase da infância mas passemos à adolescência e às discussões entre pais e filhos porque os rebentos preferem ir sair com os amigos ou estar com as caras-metade da altura do que ir jantar à casa da tia-avó ou aos anos do primo que é a criatura mais insuportável do mundo? A frase chave é sempre a mesma, “Tem de ser, é família”. Cenas recorrentes.
Não acho que as pessoas tenham que ser almas gémeas para nos darmos com elas e que se não convivermos isso signifique que gostemos pouco delas, nada disso. Acho que se pode gostar muito de seres humanos completamente diferentes de nós e podemos mesmo estar lá para eles quando necessário, apenas não conseguirmos conviver com eles regularmente por choques extremos de personalidade. Mas sejamos francos, noutros casos não gostamos mesmo das pessoas, por mais genes que tenhamos em comum, não há nada a fazer. Devo ainda acrescentar que muitas vezes estas insistências nas idas a habitações de parentes tem a ver com exibição da prole, coisa que a maioria (se não todos) dos progenitores adora (mesmo que não haja nada digno de exibição).
"Don't pity the girl with one true friend. Envy her. Pity the girl with just a thousand acquaintances."- Katie Obenchain
Sangues à parte, o que são amigos? Sinceramente não me interessa minimamente o teste de DNA mas sim os laços criados. Um primo, tio, avô, irmão, Pai, até mesmo Mãe, são amigos porque existem genes comuns? Num mundo ideal os progenitores são os melhores amigos e quem mais ama o seu rebento mas não me parece que estejamos no planeta correcto. Quantos pais abandonam e maltratam os filhos? Têm genes mudos? Será? Não me parece.
Porquê que um parente tem prioridade em relação a um amigo apenas porque tem algum sobrenome em comum? Porque nos conhece desde que nascemos? Viu-nos de fralda? Costuma-se dizer que amigos, namorados, maridos, vão e vêm, mas a família fica. Até aí concordo, não se pode alterar esses graus de parentesco e talvez na maioria dos casos funcione mesmo assim, espero que sim, apenas não acho que se possa ser radical a esse ponto.
Independentemente do tempo de vida que se tenha, toda a gente tem momentos bons e maus na vida. Para mim, o verdadeiro amigo é quem está presente em ambos. É a pessoa que pergunta se estamos bem e que curiosamente espera pela resposta e que não se contenta apenas com a resposta mas também com a expressão e tom que a mesma alberga. É a pessoa que provavelmente preferia estar noutro lugar quando precisamos dela mas não está, está ali. É a pessoa, que aconteça o que acontecer sabemos que vai estar lá, independentemente de estarmos certos ou errados. É a pessoa que nos conhece melhor que ninguém mas mesmo assim gosta de nós e nos aceita tal como somos. É a pessoa que esteve sempre lá e que sabemos que vai estar sempre. Isso para mim, é família, com ou sem genes em comum.
Pode ser a nossa mãe, pode ser um amigo de infância, pode ser uma cara metade, pode ser o irmão, o vizinho, seja quem for. Podemos gostar muito de alguém que é a antítese da nossa personalidade, podemos detestar alguém que é o nosso reflexo, podemos criar uma empatia inexplicável com alguém que conhecemos há 5 minutos bem como podemos passar 10 anos a conviver com alguém e continuar a ser uma tortura. Não se explica, sente-se.
É uma questão de sentimento e não de genética. Mas isto, digo eu.
Não sei se a ideia de que se tem que gostar de todos os familiares provém do facto de geralmente serem pessoas com quem lidamos desde o berço (na maioria das vezes). Talvez venha daí. E neste ponto provavelmente já pareço alguém anti-família, o que não é de todo, o caso. Apenas não entendo porquê que sangue e afeição têm de estar directamente relacionados. Quem não ouviu crianças dizerem: “Não gosto da tia X, não suporto o primo Y e por favor não me obriguem a ir visitar o bisavô K?” e receberem respostas do género: “Tens que gostar, é tua tia” ou “ tens de ir, é família”. Estava na fase da infância mas passemos à adolescência e às discussões entre pais e filhos porque os rebentos preferem ir sair com os amigos ou estar com as caras-metade da altura do que ir jantar à casa da tia-avó ou aos anos do primo que é a criatura mais insuportável do mundo? A frase chave é sempre a mesma, “Tem de ser, é família”. Cenas recorrentes.
Não acho que as pessoas tenham que ser almas gémeas para nos darmos com elas e que se não convivermos isso signifique que gostemos pouco delas, nada disso. Acho que se pode gostar muito de seres humanos completamente diferentes de nós e podemos mesmo estar lá para eles quando necessário, apenas não conseguirmos conviver com eles regularmente por choques extremos de personalidade. Mas sejamos francos, noutros casos não gostamos mesmo das pessoas, por mais genes que tenhamos em comum, não há nada a fazer. Devo ainda acrescentar que muitas vezes estas insistências nas idas a habitações de parentes tem a ver com exibição da prole, coisa que a maioria (se não todos) dos progenitores adora (mesmo que não haja nada digno de exibição).
"Don't pity the girl with one true friend. Envy her. Pity the girl with just a thousand acquaintances."- Katie Obenchain
Sangues à parte, o que são amigos? Sinceramente não me interessa minimamente o teste de DNA mas sim os laços criados. Um primo, tio, avô, irmão, Pai, até mesmo Mãe, são amigos porque existem genes comuns? Num mundo ideal os progenitores são os melhores amigos e quem mais ama o seu rebento mas não me parece que estejamos no planeta correcto. Quantos pais abandonam e maltratam os filhos? Têm genes mudos? Será? Não me parece.
Porquê que um parente tem prioridade em relação a um amigo apenas porque tem algum sobrenome em comum? Porque nos conhece desde que nascemos? Viu-nos de fralda? Costuma-se dizer que amigos, namorados, maridos, vão e vêm, mas a família fica. Até aí concordo, não se pode alterar esses graus de parentesco e talvez na maioria dos casos funcione mesmo assim, espero que sim, apenas não acho que se possa ser radical a esse ponto.
Independentemente do tempo de vida que se tenha, toda a gente tem momentos bons e maus na vida. Para mim, o verdadeiro amigo é quem está presente em ambos. É a pessoa que pergunta se estamos bem e que curiosamente espera pela resposta e que não se contenta apenas com a resposta mas também com a expressão e tom que a mesma alberga. É a pessoa que provavelmente preferia estar noutro lugar quando precisamos dela mas não está, está ali. É a pessoa, que aconteça o que acontecer sabemos que vai estar lá, independentemente de estarmos certos ou errados. É a pessoa que nos conhece melhor que ninguém mas mesmo assim gosta de nós e nos aceita tal como somos. É a pessoa que esteve sempre lá e que sabemos que vai estar sempre. Isso para mim, é família, com ou sem genes em comum.
Pode ser a nossa mãe, pode ser um amigo de infância, pode ser uma cara metade, pode ser o irmão, o vizinho, seja quem for. Podemos gostar muito de alguém que é a antítese da nossa personalidade, podemos detestar alguém que é o nosso reflexo, podemos criar uma empatia inexplicável com alguém que conhecemos há 5 minutos bem como podemos passar 10 anos a conviver com alguém e continuar a ser uma tortura. Não se explica, sente-se.
É uma questão de sentimento e não de genética. Mas isto, digo eu.
Neste tenho que fazer comentário!!!:)
ResponderEliminarPoderia dizer que Família está dividida desniveladamente em 2!!!
A Família, aquela com quem partilhas a tua vida, a que está presente nos momentos bons e nos momentos maus...nela fazem parte os que te demonstram o quanto estás errada ou erraste..mesmo que te magoe ouvir certas verdades.., os que compreendem e respeitam as tuas decisões por mais que lhes sejam estranhas ou exageradas nas suas perspectivas de vida...,os que que lutam pelo teu bem estar e pelo teu sucesso..., ou seja, pela tua FELICIDADE, mesmo que isso signifique estares longe deles.
Depois, tens a família, aquela que te está ligada pelos genes, que encontras uma/duas vezes por ano e que se não fosse pelos genes nem saberias da sua existência..,mas que afinal até sabes os nomes, gostos, ódios e manias...e tudo pelos genes.
Os amigos...,os amigos haveria muito por dividir...ou não!!
Os Amigos que estão presentes (fisicamente ou não) no nosso dia-a-dia, com quem partilhamos os nossos medos e alegrias, que nos Ouvem e Opinam, que nos conhecem e ,principalmente, nos Respeitam...aquelas pessoas que entram na nossa vida por mero acaso circunstancial, sem ajuda de genes...mas que não por mero acaso permanecem na nossa vida, na nossa mente, estão presentes nos nossos momentos altos e baixos, e que não é mesmo por acaso que nos ocorrem à nossa lembrança quando queremos partilhar qualquer coisa...da mais significante à menos insignificante.Quem já não pensou: "Tenho que mostrar isto a..., Tenho que dizer isto a..., Tenho que dar isto a...."
Temos os amigos, que fazem parte do grupo de amigos e do dos Amigos, com quem saímos e nos divertimos e com quem partilhamos umas frases engraçadas..., mas que não deixam de ser uma boa companhia..!Nesta "categoria" poder-se-ia dizer que todos os Amigos que temos já passaram por ela.
Também, temos os amigos ou colegas, aqueles que com quem partilhamos a maior parte do dia, porque dividimos o mesmo espaço de trabalho ou de faculdade, que partilham os mesmo medos, problemas e alegrias circunstanciais que nós, mas que fora desse espaço....são esquecidos, não por mal.., mas por não nos identificarmos sufecientemente com eles, ou não termos conseguido criar laços tão fortes para serem presença assídua na nossa vida. Mesmo estes...têm direito a lugar no nosso telemóvel!!:)
Falei muito...mas tenho desculpa..ainda não tinha comentado nada!! :)
Sabes perfeitamente em que categoria te inseres na minha "tabela"!
Mesmo que haja muita antítese entre nós....*****