"The clock is running. Make the most of today. Time waits for no man. Yesterday is history. Tomorrow is a mystery. Today is a gift. That's why it is called the present."
Já alguma vez ouviram alguém, ao experimentar umas calças ou uma blusa que adoram mas que lhes fica tão apertada que é necessária uma agilidade digna de um ginasta olímpico para conseguir apertar o último botão, proferir a seguinte frase: “Está um bocadinho apertado mas é uma peça tão bonita que eu vou levar na mesma. Para além disso, vou emagrecer, daqui a uns meses já me serve.”?
Acho que é extremamente positivo ter objectivos tanto a curto como a longo prazo, sem esperança o que seria de nós não é? O problema não é esse, o problema é a convicção de que o amanhã chega sempre e que certas coisas só acontecem aos outros. A segurança que a maioria das pessoas partilha.
Certo dia estava eu a ver um filme extremamente sangrento e com inúmeras torturas sádicas à mistura quando chega uma pessoa amiga e me diz: “Não sei como consegues ver essas coisas, isso é fantasia, não acontece na vida real.” O filme era o Hostel 2. Para quem não viu o filme, de uma forma muito resumida, trata-se de um grupo de amigas que sendo turistas se tornam um alvo fácil para as experiências de um grupo de indivíduos com gostos macabros. Não acontece?!
Será que a muralha da China não existe? De vez em quando aparece na televisão e ouço falar dela mas nunca a vi ao vivo, começo a duvidar. É preciso ser parte integrante de algo para se poder acreditar? Sentir na pele?
A maioria das pessoas acha extremamente hilariante que eu, sendo rapariga de perto de ¼ de século não conduza às tantas da madrugada e não ande sozinha por todo o lado após o lusco fusco. Os nomes variam mas geralmente resumem-se a medricas. Acho curioso. Segundo o meu particularíssimo ponto de vista denomina-se consciência, ter noção da realidade. Voltamos à visão de conto de fadas que as pessoas têm do mundo em que vivem, especialmente de que são intocáveis. Será que já vi filmes a mais? Noticiários a mais? Documentários a mais? Li jornais a mais? Não me parece.
Lembro-me do jogo da roleta russa. Um tambor para 6 balas..se puser apenas uma bala tenho boas probabilidades de ao premir o gatilho continuar viva. Isto para mim é o dia-a-dia, há sempre uma bala na câmara, 24 horas por dia. Obviamente, quanto mais balas puser na câmara maior a chance de ir desta para melhor. Tal como, consoante os locais a que se for e consoante os horários e companhia que se tiver, aumenta ou diminui a probabilidade de algo menos bom acontecer. Ok, agora vocês dizem: “Pode haver um tremor de terra e cai-me o tecto em cima, morro na minha cama ou engasgo-me com um caroço de cereja e bato as botas." Perfeitamente. Daí a tal bala que está sempre presente no tambor da vida. É como ir acender uma fogueira e tomar banho em gasolina antes, deixar os filhos com um pedófilo. Pode acontecer e pode não acontecer. Jogar pelo menos arriscado é ser cobarde? Eu chamo-lhe prudência, sensatez. Acontece sempre aos outros..até nos acontecer a nós. De qualquer modo faço votos para que a noção de fantasia se mantenha (exclusivo para todos os que me são queridos e/ou merecedores).
Outra coisa curiosa na maioria dos seres humanos: só dão valor às coisas quando as perdem, só dão valor ao tempo quando percebem que é limitado. Desde pequenos que nos dizem: “Um dia quando fores velhinho”. Quem disse que chego lá? Obviamente todos esperamos atingir essa fase mas não é uma garantia. Temos sempre a noção de que a família, amigos, cara-metade vão estar sempre presentes e portanto a maioria das pessoas age como se todas essas pessoas bem como o tempo que ela própria tem de vida fosse um dado adquirido, uma garantia. O trabalho é sempre prioritário, a conta bancária, o prestígio, sendo a maior parte do seu tempo dedicado a essa parte. Um dia alguém me disse que amor não paga dívidas. Realmente não paga, correctíssimo. Se já temos o amor, não precisamos de nos preocupar com essa parte, preocupamo-nos com as dívidas, fazemos por não ter dívidas, quando estivermos financeiramente bem (o que raras vezes acontece) depois teremos tempo para o resto. Voltamos à visão futurista. Imaginemos que conseguimos o tal almejado sucesso. Poderá uma conta de milhões salvar alguém com uma doença terminal? Comprar mais tempo? Será preciso alguém um dia fazer um exame médico e descobrir que tem uma doença terminal, apenas alguns meses de vida para as prioridades serem as correctas? Para se ver para além do sucesso, prestígio e contas bancárias? Longe de mim dizer que uma conta bancária choruda é pouco importante e que não devemos fazer por isso (sou consumista por Natureza), apenas acho que não vem em número 1 na lista da vida.
Talvez para a maior parte das pessoas seja necessário perder alguém que se ame, deparar-se com uma doença grave na família, ter um acidente grave, ser raptado, ver a vida por um fio. O exemplo alheio nunca é suficiente, é sempre preciso passar pelas coisas infelizmente e mesmo assim a maioria não muda.
Acho que nunca é tarde para se reorganizar prioridades e dar valor ao que realmente importa e para se ter noção de que a única coisa certa na vida para além da morte é a mudança. Hoje pode ser o nosso último dia, amanhã um dos nosso pais pode falecer, aquele pessoa de que tanto gostamos pode morrer daqui a 1 ano, daqui a 1 semana podemos fazer um simples exame médico e descobrir que temos 6 meses de vida. Mudavam alguma coisa na vossa vida? Alteravam prioridades? Viviam de outra maneira? Seja qual for a resposta, está sempre dependente de factos e suposições nunca alteram nada, só se tem noção quando a catástrofe acontece, e aí, geralmente é tarde demais, mas é assim o ser humano.
No entanto, nada é tão esperado como o inesperado e de um dia para o outro tudo muda.
“Live as if you were to die tomorrow. Learn as if you were to live forever.” , já dizia Mahatma Gandhi
Já alguma vez ouviram alguém, ao experimentar umas calças ou uma blusa que adoram mas que lhes fica tão apertada que é necessária uma agilidade digna de um ginasta olímpico para conseguir apertar o último botão, proferir a seguinte frase: “Está um bocadinho apertado mas é uma peça tão bonita que eu vou levar na mesma. Para além disso, vou emagrecer, daqui a uns meses já me serve.”?
Acho que é extremamente positivo ter objectivos tanto a curto como a longo prazo, sem esperança o que seria de nós não é? O problema não é esse, o problema é a convicção de que o amanhã chega sempre e que certas coisas só acontecem aos outros. A segurança que a maioria das pessoas partilha.
Certo dia estava eu a ver um filme extremamente sangrento e com inúmeras torturas sádicas à mistura quando chega uma pessoa amiga e me diz: “Não sei como consegues ver essas coisas, isso é fantasia, não acontece na vida real.” O filme era o Hostel 2. Para quem não viu o filme, de uma forma muito resumida, trata-se de um grupo de amigas que sendo turistas se tornam um alvo fácil para as experiências de um grupo de indivíduos com gostos macabros. Não acontece?!
Será que a muralha da China não existe? De vez em quando aparece na televisão e ouço falar dela mas nunca a vi ao vivo, começo a duvidar. É preciso ser parte integrante de algo para se poder acreditar? Sentir na pele?
A maioria das pessoas acha extremamente hilariante que eu, sendo rapariga de perto de ¼ de século não conduza às tantas da madrugada e não ande sozinha por todo o lado após o lusco fusco. Os nomes variam mas geralmente resumem-se a medricas. Acho curioso. Segundo o meu particularíssimo ponto de vista denomina-se consciência, ter noção da realidade. Voltamos à visão de conto de fadas que as pessoas têm do mundo em que vivem, especialmente de que são intocáveis. Será que já vi filmes a mais? Noticiários a mais? Documentários a mais? Li jornais a mais? Não me parece.
Lembro-me do jogo da roleta russa. Um tambor para 6 balas..se puser apenas uma bala tenho boas probabilidades de ao premir o gatilho continuar viva. Isto para mim é o dia-a-dia, há sempre uma bala na câmara, 24 horas por dia. Obviamente, quanto mais balas puser na câmara maior a chance de ir desta para melhor. Tal como, consoante os locais a que se for e consoante os horários e companhia que se tiver, aumenta ou diminui a probabilidade de algo menos bom acontecer. Ok, agora vocês dizem: “Pode haver um tremor de terra e cai-me o tecto em cima, morro na minha cama ou engasgo-me com um caroço de cereja e bato as botas." Perfeitamente. Daí a tal bala que está sempre presente no tambor da vida. É como ir acender uma fogueira e tomar banho em gasolina antes, deixar os filhos com um pedófilo. Pode acontecer e pode não acontecer. Jogar pelo menos arriscado é ser cobarde? Eu chamo-lhe prudência, sensatez. Acontece sempre aos outros..até nos acontecer a nós. De qualquer modo faço votos para que a noção de fantasia se mantenha (exclusivo para todos os que me são queridos e/ou merecedores).
Outra coisa curiosa na maioria dos seres humanos: só dão valor às coisas quando as perdem, só dão valor ao tempo quando percebem que é limitado. Desde pequenos que nos dizem: “Um dia quando fores velhinho”. Quem disse que chego lá? Obviamente todos esperamos atingir essa fase mas não é uma garantia. Temos sempre a noção de que a família, amigos, cara-metade vão estar sempre presentes e portanto a maioria das pessoas age como se todas essas pessoas bem como o tempo que ela própria tem de vida fosse um dado adquirido, uma garantia. O trabalho é sempre prioritário, a conta bancária, o prestígio, sendo a maior parte do seu tempo dedicado a essa parte. Um dia alguém me disse que amor não paga dívidas. Realmente não paga, correctíssimo. Se já temos o amor, não precisamos de nos preocupar com essa parte, preocupamo-nos com as dívidas, fazemos por não ter dívidas, quando estivermos financeiramente bem (o que raras vezes acontece) depois teremos tempo para o resto. Voltamos à visão futurista. Imaginemos que conseguimos o tal almejado sucesso. Poderá uma conta de milhões salvar alguém com uma doença terminal? Comprar mais tempo? Será preciso alguém um dia fazer um exame médico e descobrir que tem uma doença terminal, apenas alguns meses de vida para as prioridades serem as correctas? Para se ver para além do sucesso, prestígio e contas bancárias? Longe de mim dizer que uma conta bancária choruda é pouco importante e que não devemos fazer por isso (sou consumista por Natureza), apenas acho que não vem em número 1 na lista da vida.
Talvez para a maior parte das pessoas seja necessário perder alguém que se ame, deparar-se com uma doença grave na família, ter um acidente grave, ser raptado, ver a vida por um fio. O exemplo alheio nunca é suficiente, é sempre preciso passar pelas coisas infelizmente e mesmo assim a maioria não muda.
Acho que nunca é tarde para se reorganizar prioridades e dar valor ao que realmente importa e para se ter noção de que a única coisa certa na vida para além da morte é a mudança. Hoje pode ser o nosso último dia, amanhã um dos nosso pais pode falecer, aquele pessoa de que tanto gostamos pode morrer daqui a 1 ano, daqui a 1 semana podemos fazer um simples exame médico e descobrir que temos 6 meses de vida. Mudavam alguma coisa na vossa vida? Alteravam prioridades? Viviam de outra maneira? Seja qual for a resposta, está sempre dependente de factos e suposições nunca alteram nada, só se tem noção quando a catástrofe acontece, e aí, geralmente é tarde demais, mas é assim o ser humano.
No entanto, nada é tão esperado como o inesperado e de um dia para o outro tudo muda.
“Live as if you were to die tomorrow. Learn as if you were to live forever.” , já dizia Mahatma Gandhi
Bem, grande post! Identifico-me a 100%...
ResponderEliminarMuitas vezes penso "Onde vou estar daqui a 1 ano?". Mas logo a seguir penso "Será que estou cá daqui a um ano?". A resposta é: não sei. Tal como dizes, as coisas não acontecem só aos outros.
E tb tens mta razão ao dizeres que só damos valor às coisas quando as perdemos...eu apesar de saber isto, sou assim. Não devia ser, mas sou...
Também acho que muito pouca coisa (se nada) no mundo é impossível, apenas improvável. E todos os dias se luta não por fazer a escolha certa, mas sim pela "mais acertada". As prioridades ajudam a definir isso, bem como a estatística social que é a esperança média de vida. No entanto, como disseste e bem "tudo muda". Aí damos por nós a debater existencialmente se deveríamos ter organizado prioridades e por que critério, mas estamos à mesma a tentar acertar nas escolhas. Eu tenho que ter um grande plano, não tenho a certeza sobre qual das prioridades está em 1.º, mas a lista será muito parecida à de toda a gente, no entanto, raramente me arrependo das escolhas que faço e de como emprego essas prioridades no momento. Isso seria ir contra a nossa pessoa e se há conflitos menos produtivos são aqueles que temos com nós próprios.
ResponderEliminarPs: Gostei da referência ao Hostel 2(talvez mais do que do filme).
Nunca vi o Hostel2...nem o 1!!!Mas sei mais ou menos a história...E, também, ouvi falar bastante desse filme..,antes de ir de viagem sozinha por dois países...!!!
ResponderEliminarAcontece que tal como a vida é curta e nós não sabemos o que o amanhã nos reserva...também é verdade que para não "desaparecermos" insatisfeitos...tentamos fazer tudo aquilo que queremos e mais gostamos. E para isso, muitas vezes é necessário não pensar só no perigo que é fazer tal coisa...mas também no bem e alegria que nos vai trazer e fazer sentir, fazer tal coisa.
Claro que há ruas, bares, caminhos, pessoas..que evitamos por sentirmos falta de segurança...mas não deixar de viver, de ir, de ver...porque existem experiências, hipoteses, relatos negativos..., acho exagero!! E quantos relatos, hipóteses e experiências positivas??
Desde que te cauteles!!
A vida constroí-se pelas vitórias, pelas derrotas e pelos erros..., e do que retiramos dessas experiências para melhorarmos como seres humanos!
eu e a minha irmã temos muito a mania de registar certos momentos da nossa vida com a pergunta e daqui a um ano??? e revivemos e já tivemos tantas surpresas... e o Gandhi tem razão.. ainda que nem sempre seja possivel.
ResponderEliminarUm beijinho
Eduarda
Be in ♥ love
Olá Lubayazinha,
ResponderEliminarPenso que no fim tudo se resume a uma pequena palavra: coragem.
Com ela em mente e peito aberto podes conduzir de madrugada por entre os casebres de um qualquer Casal Ventoso algarvio. Podes arriscar ser Feliz na mão e olhar de Alguém. Podes ser tu própria, doente terminal ou não a colocar mais 5 balas na cãmara e, com um sorriso, premir o gatilho na certeza do desfecho.
Basta um pouco de coragem. Até para Amar. Até para se deixar ser amada reconhecendo no outro o mesmo tipo de coragem sem idade.
E, nesse momento, vai-se o medo. Ilumina-se o escuro e enche-se o peito, expulsando-se o medo que nos faz temer pela segurança pessoal, do futuro, dos amigos, de tudo um pouco. Nesse instante, conquistas o Mundo e nesse entretanto, a eternidade.
;-)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAngavu, falta de coragem nunca foi, nem nunca será problema para mim;)
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