terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Títulos e afins



“Unless commitment is made, there are only promises and hopes; but no plans.” ― Peter F. Drucker




Falemos sobre modernices. Poderia falar sobre os "homens" de agora usarem calças justas, brincos e camisas decotadas. Sobre esta idiotice de se usar roupa rasgada, que custa os olhos da cara e os ditos ainda acharem que o seu look mendigo lhes fica o máximo. "Pergunto-lhes: caíste? Foste atropelado? Estás bem?" Nem chegam lá.  Miúdas com 13 anos que saem de casa às 23:00, vestidas (despidas) como as 'ladies of the night' da esquina mais próxima, que proferem mais impropérios que um taberneiro e chegam a casa a tempo do pequeno almoço, a tresandar a pacote de vinho tinto. Pais que nāo dizem que "nāo" porque "nāo é cool, e depois eles fazem pior". Sobre o #MeToo (#I'mStupid) movement, ou o facto de em pleno séc XXI ainda haver burgessos que acham divertidíssimo massacrar animais com bandarilhas e espadas e ainda lhe chamam cultura. Talvez, estamos na Era do culto da estupidez. E eis que temos trampolim para o tema de hoje. Cada um chama o que quer, mas isso nāo altera os factos, a realidade da coisa.

Ora, quem nāo passou por isto, que se acuse: "Ah e tal, o meu marido isto e aquilo." Brain switch. "Marido? Casaste e nāo disseste nada?! Mas..espera. Nāo tens aliança." Resposta cliché: "Nāo, nāo é preciso casar, vivemos juntos, é a mesma coisa." Oi? Será essa a lógica que o Sócrates usou? "Eh pá, se eu aparecer lá na universidade uns dias, fizer uma frequência ou duas, quem sabe até safo umas cadeiras e pronto, digo que sou licenciado." Vai dar tudo ao mesmo nāo é? Frequentam o mesmo sítio, fazem algumas coisas iguais, o diploma interessa para quê? Que mania que as pessoas têm com as formalidades. Impressionante a mesquinhez do ser humano.





(Pausa para reflexāo)









Continuemos. Meus caros, nāo sejamos dramáticos. Nāo quer isto dizer, que uma pessoa que nāo é casada, que vive meramente em pecado (desculpem, nāo resisti, sempre adorei o termo), nāo tenha uma excelente relaçāo e se sinta feliz e serena na mesma. Com certeza que sim, agora, chamem as coisas pelos nomes, sim? Já ninguém chama engenheiro ao Socas. "Ah, e tal, mas entāo chamo o quê? Namorado? Nāo faz sentido." Ora, definamos 'namorado': que ou aquele a quem se namora. Agora, definamos 'marido': homem unido a uma mulher pelo casamento; esposo. Qual é que nāo faz sentido, mesmo? Humm? Vá, se namorado (vá-se lá entender porquê - food for thought here) faz muita comichāo ao pessoal dito mente aberta, moderno, podem referir-se ao vosso dito cujo como 'companheiro': aquele que participa das ocupações, atividades, aventuras ou do destino de outra pessoa. Contentes, agora? Nāo. Nunca ficam. Especialmente os que já têm filhos em comum. Segunda investida: "Temos filhos, por isso posso dizer marido." Oiiiiiiii? Eh pá, entāo, nos tempos que correm, já nem bigamia chegava, seria a Era da poligamia, já que deve haver mais meios irmāos no mundo do que irmāos. Sim, sāo meios, nāo sāo irmāos como os outros, lamento. Partilham 25% do DNA e nāo 50% como os inteiros. Parece estar muito in ir tendo filhos de cada relaçāo. Deve ser algum programa de diversidade genética, proliferaçāo da espécie, como fazem nos zoos, mas versāo Homo sapiens. Desconheço. Neste ponto, a conversa já estava a azedar, mas nāo há nada que faça saltar a tampa ao pessoal  moderníssimo com crias, como a palavra "bastardo". Definamos 'bastardo": que nāo nasceu de matrimónio; que é fruto de uma relação extraconjugalfilho ilegítimo. O drama, o horror, a ofensa. Como assim, estou a ofender? Eu? Eu estou meramente a constatar factos. Muito modernos. Muito. Faz lembrar os outros que nascem de um género, mas depois querem que os tratemos como outro. Factos, meus caros, factos. Nāo é por sentirem de forma diferente que conseguem alterar a realidade, muito menos a realidade alheia. Favor anotar e reler. Bom, isto é mais a reacçāo feminina, sempre muito sensível a este tipo de 'reality check'. Já os homens, tratam o assunto com muito mais classe, nāo fossem eles os mestres do esquema. "Casar para quê? Um papel nāo vai fazer diferença. Já somos casados, o que interessa é estamos juntos. Aliás, dizem que quando se casa estraga tudo, conheço muita gente que se separou porque casaram." 
Um momento de silêncio para estes mestres e uma vida de orações para as mulheres que caem nisto. 



Ainda há pouco tempo um destes mestres que cá conheço, pediu a nova namorada em casamento. Já tinha vivido com uma 12 anos e tinham 2  filhos. No entanto diz que nunca tinha sentido nada assim por alguém como sente por esta.  Quer casar já para o ano. Patuscos, pá! 

Ora, dentro deste cenário, temos as mulheres que juram a pés juntos que nāo lhes faz diferença casar ou nāo, algumas até dizem mesmo que nāo querem e que se ele pedisse nāo aceitavam (novo momento de silêncio aqui, por favor) e outras, que dizem que gostavam muito mas que ele nāo quer. É com estas que costumo ter os princípios de AVC. Oh pessoa, entāo a criatura diz-te com TODAS as letras que nāo quer casar contigo e tu continuas com ele?! Meus amigos, onde se compra autoestima e dignidade, por favor?? Precisamos de todo o stock disponível aqui para a Maria Tola, sff. Meus caros, o mundo gira, tudo muda, mas existe um coisa chamada amor que, sendo do mais difícil de encontrar é do mais fácil que há de identificar. Peanuts, como diria o outro. E, parte disso, é a palavra compromisso. E esse papel, o "mero" papel, faz parte do processo, e faz toda a diferença, porque é esse papel, duas simples assinaturas, que validam as palavras que nos sāo ditas, comprovam a veracidade do infindável rol de palavreado que escutamos durante a relaçāo. Porque é que tenho um tarifário nada vantajoso, caríssimo, ainda hoje? Porquê? Porque é o único que nāo exige fidelizaçāo. Porque sou livre para mudar de tarifário ou de rede quando bem me apetecer. Porque nāo encontrei nenhum tarifário que fosse tāo bom e vantajoso que nāo só mudaria imediatamente como ficaria feliz, e faria questāo, de assinar uma fidelizaçāo. Ė essa a diferença meus caros, a liberdade de fuga simples, sem complicações e a perspectiva de vir a encontrar algo melhor, por nāo estarmos certos de já ter encontrado o melhor para nós. Tāo simples quanto isto. 
(Os que assinam o papelucho por razões monetárias, por um visto, estatuto, todas as anteriores, etc, nāo contam, sim? Vender a alma ao diabo é outro assunto.)
E pronto, assim me vou, certa de nāo ter ferido quaisquer susceptibilidades, uma vez que "é tudo a mesma coisa" e estāo todos muito felizes e seguros. Certo? Entāo, boas festas.

Sem comentários:

Enviar um comentário